Os
ensinamentos da aridez espiritual
A vida espiritual também é permeada por
securas, tempo de aridez, falta de gosto, solidão, desânimo... Nesses períodos,
somos privados das consolações sensíveis e espirituais, e isso, mesmo que não
entendamos, favorece nosso crescimento na vida de oração e na prática das
virtudes.
Apesar de muitos esforços de disciplina
na vida espiritual, as pessoas não sentem gosto na oração; ao contrário,
experimentam nela o cansaço, o desânimo, a ausência da presença de Deus, como
se Ele tivesse se esquecido delas, e o tempo parece que não tem fim.
Poderíamos dizer que a fé e a esperança
estão adormecidas. A alma parece envolta numa espécie de torpor. É um tempo
penoso, visto que não se experimenta a alegria. Mas, ao mesmo tempo, nessa
época, Deus trabalha em nós. Jesus mesmo disse que “o seu Pai continua trabalhando”. Deus
trabalha sempre em nosso favor, e como já dizia o apóstolo Paulo: “Todas as coisas
concorrem para o bem daqueles que amam a Deus”.
De modo que esse tempo de secura nos
ajuda a nos desprendermos de tudo o que não proclama o senhorio de Jesus em
nossa vida, nos ensina e nos educa a buscar Deus por aquilo que Ele é e não por
aquilo que Ele pode nos oferecer. Ajuda-nos a viver o abandono e n'Ele nos
perder. Elisabete da Trindade, grande mística carmelita, dizia: “É preciso
deixar tudo para abraçar Aquele que é Tudo”.
Monsenhor Jonas Abib
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