Poesia no Pentecostes
Quem
és Tu, doce luz que me cumula
E
ilumina as trevas do meu coração?
Tu
guias-me como a mão de uma mãe
E,
se me largasses
Eu
não poderia dar nem mais um passo.
Tu
és o espaço
Que
envolve o meu ser e o abriga em Ti
Se
o abandonasses, afundar-se-ia no abismo do Nada
De
onde o tiraste para o elevares até à Luz.
Tu,
mais próximo de mim
Do
que eu mesma estou,
Mais
íntimo
Do
que as profundezas da minha alma,
E,
contudo, intocável e inefável
Para
além de todo o nome Espírito Santo, Amor Eterno!
Não
és Tu o doce maná
Que,
do coração do Filho
Transborda
para o meu, Alimento dos anjos e dos bem-aventurados?
Aquele
que se ergueu da morte à vida
Acordou-me
também a mim
Do
sono da morte para uma vida nova,
E,
dia após dia,
Continua
a dar-me uma nova vida,
Cuja
plenitude um dia me inundará,
Vida
saída da Tua Vida.
Sim,
Tu mesmo,
Espírito
Santo, Vida Eterna!
Santa
Teresa Benedita da Cruz (1942)